- Gabriel Guimarães
Você já pensou na aposentadoria? | Coluna Gabriel Guimarães
Gabriel é formado em Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A coluna de hoje é dedicada a todos, até mesmo aos que já são aposentados.
Hoje será menos explicativo e mais reflexivo. Falarei de uma situação em que o Brasil vive e joga o problema para debaixo do tapete há um tempo (independe de governo). Não quero, pelo menos não neste momento, fazer juízo de valor para política X ou Y, modelo X ou Y, governo X ou Y... Mesmo achando necessário esse debate também.
O sistema previdenciário brasileiro é um assunto que deve preocupar sua população, principalmente os mais novos... Voltaremos ao passado para tentar entender o presente com um olhar no futuro.
Espero que você, leitor, seja bom no entendimento de gráficos. Mas se não for, não se preocupe, explicarei cada um dos gráficos e projeções apresentadas.
Conseguem recordar das aulas de geografia na escola, em que era mostrado uma pirâmide dividida com a faixa etária dos brasileiros?
Algo mais ou menos parecido com isso:

É notada visivelmente uma população maior próximo às bases nesse censo do IBGE de 1980, onde se tem maior parte da população jovem em idade (base do gráfico) que arca com os custos previdenciários dos mais idosos (topo do gráfico).
Desde que aprendemos isso na escola, o sistema previdenciário do Brasil funciona assim. Mas ao longo dos anos, os hábitos, costumes, estilo, cultura e realidades foram moldando nossa população para os dias atuais. Com esses fatores, além do desenvolvimento da saúde pública, a expectativa de vida que em 1980 era de em média 62,5 anos passou a ser, em 2013, de 74,9 anos (um aumento de 12,4 anos) e recentemente, em 2019, chegou a 76,6 anos, como mostra o próximo infográfico.

Com o aumento da média da expectativa de vida no Brasil, o IBGE estima que em 2060 os idosos representarão uma parcela de aproximadamente 25% da população.
Maior acesso à informação e educação, avanço em debates sociais, importantes direitos conquistados e outras questões mundiais (como as revoluções), fizeram com que a taxa de natalidade apresentasse uma curva que pode impactar a previdência do brasileiro.
Podemos olhar nesse gráfico da The Global Economy a taxa de natalidade (que se refere à quantidade de nascimentos) no período de 1960 a 2018.
Taxa de Natalidade - Brasil: O número de nascimentos por cada 1000 pessoas, por ano, 1960 – 2018.

Já consegue concluir o que quero mostrar no nosso encontro de hoje?
Menos crianças, menos jovens e mais idosos.
Como falei no início da coluna, a situação é para reflexão. Com esses dados apresentados, chegamos a mais uma projeção do IBGE para os anos de 2040 e 2060. Essa projeção mostra que a pirâmide etária no Brasil tende a iniciar um processo de inversão ao longo das décadas, chegando no ano de 2060 com uma pirâmide invertida.
FOTO
Fonte: IBGE, 2013.

Menos trabalhadores para cada idoso

Com isso, teremos menos jovens para garantir a aposentadoria dos idosos. Isso porque eu não estou levando em consideração outros debates importantíssimos como a expectativa de vida por estados (que em alguns estados, atualmente, chegam a 62 anos).
Hoje, para garantir a aposentadoria, as mulheres devem ter 62 anos e os homens 65, além de 15 anos de contribuição. “Hoje” de grosso modo falando, pois há algumas regras de transição e alguns modelos.
Como dito anteriormente, não quero fazer julgamentos sobre erros e acertos de governos. Quero evidenciar a você, leitor, a importância e responsabilidade unicamente sua de garantir uma renda no futuro sem depender exclusivamente do Governo.
Há diversos produtos financeiros que podem te auxiliar nessa trajetória, como previdência complementar ou até mesmo uma construção de uma previdência principal: Tesouro Públicos Federais, Fundos Imobiliários, Previdência Complementar (que tenha um rendimento respeitável e não essas porcarias que os bancões oferecem como se fosse a melhor coisa do mundo), ativos no exterior com proteção de outra moeda (como o dólar) e outros.
Exemplo prático: Se você puder investir R$ 250,00 por mês em um ativo que tenha o rendimento de 0,8% a.m. por 21 anos e reaplicar os proventos, você terá algo próximo de R$ 200 mil. Esses rendimentos te garantirão em média R$ 1.600 por mês no final desse período completo. Serão R$ 1.600 a mais na sua renda sem você precisar se preocupar com “nada”, sem imposto sobre os dividendos, dependendo do produto financeiros escolhido. Apenas investindo e reaplicando os proventos. Certamente você pode receber a mais dessa renda passiva caso tenha a chance de ampliar seus aportes mensais, assim como você pode encurtar esse tempo, aumentando os aportes.
Mais uma vez, é sempre bom salientar a possibilidade de investimentos. Infelizmente não é uma realidade para todos os brasileiros. Mas caso você possa, sugiro que comece o quanto antes a buscar produtos financeiros que:
1° Combine com seu perfil de investimento;
2° Te entregue, se possível, uma rentabilidade acima da inflação;
3° Te proporcione uma renda passiva no futuro.
Vamos reduzir aos poucos essa ideia de “estou juntando um dinheiro para começar” sabe por quê? Porque isso não é uma ideia de prioridade, isso não é um bom hábito. Aparecerá outra coisa que você vai chamar de oportunidade e pronto... Lá se foi a sua “prioridade”. Comece aos poucos, isso se chama custo de aprendizagem. Tempo também é dinheiro que você deixa de ganhar.
Espero que tenham gostado do debate de hoje e aguardo, como sempre, o feedback de vocês. Lembrando que devemos sempre consultar profissionais certificados pelas instituições competentes e regulamentados pelos órgãos fiscalizadores. No mais, te aguardo no nosso próximo encontro.
Site do INSS para calcular a sua aposentadoria:
Link: https://www.gov.br/pt-br/servicos/calcular-a-aposentadoria-por-tempo-de-contribuicao
As opiniões contidas nos textos dos colunistas não refletem necessariamente a opinião da Gazeta Conectada.